Ontem me perguntaram se eu era um Poeta. Então abaixo respondo:
Eis aqui um tradutor,
traduzo minhas faltas,
meus enganos,
meu choro.
Traduzo minhas noites,
meus dias,
meus sonhos,
não sou poeta.
Só porque falo de amor?
Sou um extraterrestre,
um ser inexistente,
uma alma sem corpo
um corpo sem alma,
estrada solitária,
linha traçada na mente,
sinto a dor,
dor que ninguém sente,
não sou poeta.
Posso até ser um vaga-lume,
um desses que vagam,
vagam pelas noites enluaradas,
vagam à procura de um canto,
desses que não desistem de vagar,
vagam à procura de um colo,
só porque precisam brilhar.
Poeta eu?
Quem sabe um dia.
Poesia não se cria, poesia nos é revelada, não basta enfileirar palavras com rima, tem que conseguir que elas copulem entre si. Adilson Costa
"Adilson Costa"
© Todos os direitos reservados
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