Olhei o mar infinito, como um lençol negro.
A lua me cobria com seu ar de moça jovem
Meus olhos procuravam algo, mais encontrava o vazio.
Pedi ao mar um conselho, pois eles contêm a sabedoria dos náufragos.
Ele me fala com seu sussurro, tenebroso.
-O que sentes, olha por ti velho monólito.
Olhei triste para ele, minhas lagrimas se fundirão em esperança.
-Tens o coração de seda, alma de pedra sabes disso, sei de teu triste fim.
-Sei que teu destino e o pó, somente o pó te aceitarás.
Olhei para lua, com meus olhos de solidão.
Ela me beijou com seus lábios de orvalho,
-Tu és lindo minha estatua, mais a solidão casou com tigo,
-tu caveira será uma, na terra úmida de teus restos.
Fechei os olhos e os ecos de minha mente,
Revelaram-se sonhos gastos e rotos
Minha mente sentiu o peso do destino
Meu coração entendeu os fatos
se agachou e chorou, esperando o destino