UMA PALAVRA AOS AMIGOS LEITORES

UMA PALAVRA AOS AMIGOS LEITORES

Agradeço a todos que me visitaram neste ano que termina e que me deram o prazer de lerem alguns dos meus escritos.

Desejo a todos que o Natal seja muito mais do que uma data de dar e receber presentes e de só reunir a família, que muitas vezes é tão esparsa durante o ano.

Lembro dos meus primeiros natais, onde ainda menino, nossa mãe preparava o pinheirinho com velas acesas, pois ainda não existiam as luzinhas elétricas.

Como fascinava aquelas chaminhas acesas criando um ambiente de expectativa latente de que algo importante iria acontecer dali a alguns dias.

Ainda não era consciente que também naquela data iríamos ou não receber algum presente, pois ainda não existia televisão e o comercio não tinha como ser tão agressivo.

Embaixo da arvorezinha ficava o pequeno presépio com aquele pequeno bonequinho de um neném abanando as mãozinhas e que era o motivo de todo aquele ambiente festivo.

Toda noite minha mãe nos reunia e cantavas o “Noite Feliz” cuja parte da letra ainda me lembro:
 
‘Noite feliz, noite feliz
Oh Senhor Deus do amor
Pobrezinho nasceu em Belém
Dorme em paz ó Senhor
Dorme em paz ó Senhor!”
 
Aquela reunião acontecia quase todas as noites, até chegar a principal, onde era cantada pela última vez.

Boas lembranças daqueles sentimentos que preenchiam as nossas almas.

A data e aquele sentimento respeitoso que surgia  nos deixavam a todos felizes e íamos dormir.

Não lembro se recebíamos presentes depois, mas o que ficou marcado eram as cantorias que aconteciam naquelas noites com todos nós reunidos, juntamente com minha avó e aquele senhor que eu chamava de avó, mas que era o padrasto da minha mãe.

Em todas as casas da vizinhança presumia-se que acontecia a mesma coisa, mas não se pensava sobre isso. A festa era muito particular.

Passaram os tempos e viemos para a cidade grande e com ela aquelas impressões de garotinho foram mudando e o Natal passou a ser uma expectativa do que iríamos ganhar para sair logo em seguida à rua e compartilhar os brinquedos ganhos com os dos amigos, mas para muitos a alegria genuína já havia sido substituída por uma tênue concorrência de quem tinha ganho o melhor presente.

Acabou o sonho. Quebrou-se o encanto genuíno do Natal.

Passaram os anos e já não se cantava mais em volta da arvorezinha e a melancolia de algo perdido já preenchia minha alma.

Tornou-se para mim uma noite triste regada à alegria fictícia de que com os encontros familiares todas as desavenças haviam sido desfeitas, todos os sonhos tinham sido realizados e que tudo, como que por encanto, tinha se transformado.

A linha tênue do “tudo bem” para o “tudo mal” me assustava e me deixava melancólico. Não via mais em nenhum lar a alegria pura que já havia vivenciado, mas somente um ambiente fantasioso regado a comidas, bebidas e foguetes.

Acabou o Natal, já não se cantava o “Noite Feliz” e na realidade já não existia mais a noite feliz.

O comércio e a alegria material tinham triunfado e o menino Jesus mais uma vez havia sido assassinado e desta vez dentro do coração de muitos, para nunca mais acordar.

Para mim só sobrou um sentimento interior que parecia haver sido atropelado e que não conseguia mais se manter em pé.

Hoje já não sinto mais aquele sentimento de mistério que aquela noite propiciava, mas também não quero mais estar no meio de multidão que não sabe, na realidade, porque estão tão eufóricos.

Recolho-me mais cedo sabendo que esta noite logo passará e amanha todos voltaremos à normalidade a não ser nas lojas que abrirão para venderem ainda os últimos produtos que ainda restaram e fazerem as devidas trocas do que foi comprado errado.

Para quem ainda tem no peito um pouco daqueles sentimentos natalinos de outrora, para esses, não há a necessidade de desejar um Feliz Natal, pois lá dentro, no fundo do seu coração, ele sabe que esta tendo um, independente se muito acompanhado ou não.

Para estes e todos aqueles que ainda sentem uma "nostalgiazinha" de terem perdido algo que parecia ser muito precioso, eu desejo, que esta pequena chamazinha ou lembrança, tome corpo e lhe traga muitas alegrias neste novo ano.

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“Transformai tudo o que pensais e fazeis num servir a Deus! Então vos sobrevirá aquela paz pela qual ansiais. E quando os seres humanos vos afligirem pesadamente, seja por inveja, maldade ou baixos costumes, tereis a paz dentro de vós para sempre, e ela ajudar-vos-á, finalmente, a vencer todas as dificuldades!” Abdruschin em Na luz da Verdade – graal.org.br
 
 
 
 
 
 
 
 

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