Num Boteco com Machado

 
Que azar, acabou-se o destilado!
Pois bem, uma cerveja para Machado!
 
Que penso eu de Marcela?
Ah! Mulher comum! Tantas já vi como ela!
Me amaram por mais ou por menos,
Mesmo assim, destas não esquecemos.
 
Garçom! Mais uma cerveja para Machado!
 
Agora, meu amigo, tenho muita dó de Eugênia,
Pobrezinha, manca, foi desprezada pelo fanfarrão,
Que veja só, ainda tem a audácia de posar de coitado!
Coitadinha da “Flor da Moita”, que ninguém prevenia,
Pelo menos sua dignidade ninguém rouba, não.
 
E sobre Virgília? Que penso eu desta?
Meu amigo, Virgília era tudo, menos besta,
Mulher de discrição invejável e mente afiada,
Não devia nada a seu amante e camarada.
 
Chegou o destilado? Garçom, sirva-nos aqui!
 
Vou precisar deste licor poderoso pra falar de Capitu,
Olhos de ressaca? Não sei, não pude conhecer,
Mas depois de hoje quem terá ressaca será tu.
Se ela traiu ou não o doido do Bento?
Olha, meu amigo, como é que vou saber?
Se você que a criou não sabe dizer, eu nem tento!
 
Ah sim, o que tenho a dizer sobre Sofia?
Vou resumir em uma palavra o que penso: vadia!
Sei que é errado falar assim, mas é verdade.
E cadê nossos drinks? Andem logo, por piedade,
Como demoram, os seus e os meus!
 
Ali vêm eles! Um destilado para Machado!
Pois a vida é uma orquestra composta por Deus,
Mas regida pelo Diabo!