Há um momento em que temos que ir dormir
Em que o clima não está bom, as conversas esporádicas.
O café já acabou
A noite está adentrando
O Amor se desfazendo.
Há um momento em que devemos decidir
Em que a Vida se tornou uma rotina
Entre o trabalho e a cama
A manhã chegando cada vez mais cedo
O Amor virando sexo, se desfazendo.
Há um momento em que devemos desistir
Em que os filhos não vêem a hora da separação
Sem conversa, sem olhares, sem discussão, sem solução.
Os dias se arrastando, o fim do ano cada vez mais esperado.
O Amor se esvaindo
Há um momento em que saímos pela porta
Que nos viu entrar, feliz e todos abraçados.
Com largos sorrisos, com brilho no olhar, com um sonho realizado.
As materialidades nem sempre alcançam nossos corações
Apenas nossas vaidades, nossa aparência, nossos devaneios.
O Amor fica em segundo plano.
Há um momento em que entramos pela porta do coração
Aqui longe, nos remediamos dos males, pesamos nossos erros.
Lambemos as feridas, procuramos remédios nem sempre eficazes.
Acreditamos num retorno, num acerto do Destino, numa volta por cima.
Ledo engano.
Seria a continuação de nossos erros
Quando escolhemos um Destino, não acreditamos que o Caminho será desfeito.
E fazemos vista grossa aos defeitos de um e de outro.
E acumulamos defeitos e acrescentamos à indiferença.
Ela nos tornará refém da ociosidade, da ignorância, do desleixo e da falta de Amor.
Sabemos onde erramos, estranhamente por isso erraríamos novamente.
O Amor pode ser eterno.
O Amor pode terminar, é como numa caminhada em que olhamos somente para frente e não para quem nos acompanha. Nunca podemos chegar antes um do outro, sempre juntos
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