UMA LÁGRIMA UMA FLOR

 
VOU PEGAR O CORPO ACORRENTAR
TRANSBORDAR.
VOU INUNDAR A LUA A CHUVA
VOU PLANTAR PASSARINHOS
NA INERSIA DO VÕO.
QUERO AS PORCELANAS
ASPERFUMARIAS
AS REVISTAS VELHAS.
QUERO...,ELAS INSPIRAM SIM A PURESA
ORVALHADA DAS MANHAS.
VOU MERGULHAR NO TEU SER
FAZER PRIMA-VERA
CONSTRUIREI ARQUITETURAS SOBRE A FRIEZA
DE UMA FLOR.
FLOR, POSTA PROPOSITALMENTE, ESQUECIDA
EM UMA MESA ENVELHECIDA.
EU SEREI O INFINITO SER DA POEIRA ENTERNECIDA
OS JARROS
OS TAPETES
OS ALFINETES
SEREI AS MÃOS
AS BOCAS QUE FALAM CULTURALMENTE AS VERDADES.
NÃO SEREI A ESCURIDAÕ DOS DIAS DOS TEUS OLHOS.
ELES FRAGMENTA-ME
ESTINHAÇAM-ME.
SIM, SÃO VIDROS CORTANTES
FLORES DESPERFUMADAS
CASARÕES ABANDONADOS.
SEUS CONSEITOS, SÃO VERTIGENS ANTE-HUMANOS
REFLEXO DE ALIMENTOS FEITOS SEM AMOR.
NOVELO DO NOVO
A IMATERIA
A SOLIDÃO INVENTADA
A SANTIDADE FORJADA
AS MÁSCARAS
O SORRIR INFELIZ
PERTENCE AOS LAGARTOS OBESOS E HIPOCRITAS.
AGORA VOU PEGAR OS GRAVETOS
AS CAIXAS
OSJORNAIS
OS FERROS
AS GARRAFAS
OS BICHOS
OS LIXOS
INGREDIENTES PARA SE FAZER GENTE.

Boca da Mata
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