Amar e perder: que inverno plúmbeo!
Morreu nos meus lábios todo o sabor do beijo
morreu no meu frio corpo
aquele toque que estremeceu
Amar, perder e ter que me contentar
com as poesias de saudades,
de paixões e maldades,
dos corações que somente esperam,
é amarga quimera de flores murchas,
dos lábios joviais que se sentem velhos
suspiros derradeiros das almas juvenis
que se encontram idosas
Amar e perder: mas continuar a viver,
por inércia acordar e dormir
como uma flor incolor e sem fragrância
um espectro triste, sem jactância
Ter amado, ter perdido e depois
se recuperar com todas as cicatrizes
é quimera doce de primavera,
finalmente conseguir sorrir com a alma
finalmente conseguir enxergar
as cores mescladas do crepúsculo
Agora - e pra minha surpresa - veja o paradoxo:
amar e perder, se recuperar,
e depois de tudo: VOCÊ VOLTAR?
Perdoem-me almas sensíveis e românticas
- pro inferno com as histórias de amor -
quero mais é que você vá se ferrar!
Obrigada por me ler! Beijos
© Todos os direitos reservados