Meu disfarce



Onde está, meu amor; Está ali, está aqui?
Coleciono infidelidades, maldições, pecados,
Mais e mais, vou amontoando emoções, castigos.
Numa sucessão avassaladora de sentimentos
Entre deus e o diabo, marco meu corpo, com teu corpo,
Faço um mosaico do retrato do que somos,
Do que queremos ser
Do que sinto, e do que não sinto.
Amo-te; não consigo; Odeio; Não, te amo?
Dobro a esquina e já sou outro,
Outro, já esquecido.
Aprendendo a arte de amar e amado.
Classificando os gestos e pensamentos.
Dom Juan,
Batman, Bruce Wayne, darkness?
Dr. Jekyll and Mr Hyde?
Ilha do Dr. Moreau?
Dr. Victor Frankenstein?
Vou fundo, nas perguntas,
E parco, nas respostas.
Tenho-me como cantante, reluzente,
Injustiçado pelo mundo inconsequente.
Não vejo meus olhos e orelhas de burro:
Prefiro tal qual Pinochio, a mentira.
Pisei meu grilo falante, com minha pata de elefante.
Sininho não veio me visitar.
Milha alma perdura no horizonte,
Sua perfeição assusta, intriga-me.
No fio da navalha, atravesso o despenhadeiro de hoje.