Templo das sombras


Convido-o para ver-me nas sombras
O meu olhar é um convite irrecusável
Para pecar contigo corpo a corpo
Da boca ao ventre, em desejo insano
Despertando em mim como doce anjo
Incendiando fagulhas incandescentes
No coração cheio de ternura
Há um forte desejo de aventura
Quando o corpo explode em fogueira
Os céus param para entoar um canto
No breu da noite adorável sombra
Do anjo que canta uma melodia
Entrega o corpo ao espasmo da morte
A loucura desenha um olhar de maldade
Diante da agonia o anjo vaga na sombra
Findando a história descrita na lápide
Separando a alma do corpo maltratado
Vivendo o verdadeiro sentido da vida
Uma alma definha cheia de vaidades
Transformando o corpo de um anjo
Num templo das sombras

Lucélia Lima
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