Existo no tempo e na essência desta vida
No intervalo entre os pontos, caminho
Pelos dias quando o sol anuncia minha ida
E a lua o retorno que me lembra estar sozinho
 
A mercê da essência, sempre ao ponto de partida
Um círculo contínuo quando o vazio é o espinho
Da consciência sem sentido que no tempo é a dúvida
Do porque sem a razão, que me prende neste ninho
 
Em tuas grades as minhas mãos sem o tato
Não experimenta a liberdade que meu ser anseia
Da fuga do escuro quando o meu grito é poesia
 
Guerras extintas, mas ainda escuto tiros, é fato
Quando a verdade é mentira que se veste todo dia
Na covardia social quando o meu desejo se desvia

Murilo Celani Servo
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