Uns olhos na madrugada

Eu não consigo dormir à noite!
- tristemente confesso -
e à conta gotas fluem as horas
eclipsadas, de torturas rebuscadas
seus arremates sádicos
me provocando pensamentos,
um a um me comprimindo
como se o véu da noite me tecesse
camisas de força .
Deito sôfrega na cama e fecho os olhos
se me tomasse um torpor nebuloso
me faria cheia de toda a sorte.
Imploro com meu acalanto mental
a remissão da minha sanidade
- Venha, sono! Venha! -
ensaio, breve antecipar
da tua vigília após meu último deitar
até a eternidade.