Eu me lembro, meu pai, forte, decidido,
Ocupando toda vista e o seu vozeirão,
Infundindo confiança no nosso coração!
Depois, o vejo maduro já encanecido.

Calmo ,falando-nos de paciência e amor,
De uma forma tão suave e convincente,
Que parecia trazer ao espírito da gente,
A própria sábia voz do nosso Criador...

Vê-lo curvado pequeno, envelhecido,
Fitando assim o horizonte, aguardando.
Sereno a morte chegar!Eu comovido,

Este soneto quase não consigo terminar...
Pai! Meu amigo: digo-te aqui chorando,
Foi curto o tempo para tanto eu te amar!

Esbocei este soneto em 1982, quando meu pai ainda era vivo. Após a sua morte faltou-me coragem para rematá-lo, o que fiz só agora. E realmente ainda me comovo com a imagem de meu pai: sua integridade pessoal, sua coragem física e moral, sua honestidade e o carinho ,amor com que educou seus doze filhos.

Em casa