Poema celular

Dói o corpo?

Se dói é sina. Se não dói estima.

O grito é rima, da poesia da vitória ou da indignação. Justa contenda da esperança que se bate com a razão...

Do desejo que pulsa latente e se impõe ao escorrer entre meus dedos...Urro de gozo! Do que espera avançar ligeiro e atacar o espaço entre tua mão e o teu peito...

Volto então ao real e vejo fixo na bruma uma vela, e esta vela mostra-me um pouco do que esta a volta da imaginação...que teima em deitar-me profundo de encontro ao solo e mesmo com o rosto de luta um sorriso reluz: é o meu Sol teimoso fazendo arder o desejo.

Que pânico que nada, se dessa mistura de tesão e admiração surge arrancando a pele a fixação de teu olhar. E que olhar... parece faceiro mas é olhar de mulher, parece ligeiro mas é seu modo de disfarçar seu medo de asumir seu modo cigano onde nenhum de nós é mais importante do que o tempo de uma música.

Então que se cante e rime e deite o que se estima tal como se fosse sina...