Estarei louca, mas não tanto
Por te perder no meio do meu pranto
Ao procurar-te na escuridão
Correndo o leito vazio com a palma da mão
Estarei louca, mas não tanto
Carregando-te ainda no mesmo manto
Remendado a lágrimas noites a fio
Pérolas geladas como as aguas do rio
Estarei louca, mas não tanto
Desgarrada consentindo o meu canto
Que enrola este aflito padecimento
E no escuro me sova o pensamento
Estarei louca, mas não tanto
Por crer que amar não tem marco
Cunho singelo, delicadamente gravado
Com lágrimas e sorrisos num espírito enamorado
Estarei louca, mas não tanto
Encarcerando o infinito no meu recanto
Numa morada feita de oiro e marfim
Encadeando este amor só para mim!
Estarei louca, mas não tanto
Porque tudo que vejo e sinto não passa de puro encanto...
Maria Escritos
© Todos os direitos reservados
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