ODE A SANTANA DO MATOS

 

Salve Santana do Matos serrana bela!
Alterosas serras, riacho rumoreja,
No galho da imburana o rouxinol verseja,
Formosos cimos onde a brisa se rebela.

Ermo poético, cantiga de cancela,
Revoar de andorinhas na torre da igreja,
Vales, vazantes, a natureza viceja,
Craibeiras espargem solar aquarela.

Lembranças das aventuras de minha infância,
Retreta harmoniosa de suma cadência,
Que tange meu peito com pompa e circunstância.

Nas sendas das serras habita minha essência,
Minha estrela-guia de clara rutilância,
Sacro leito onde deitarei minha existência!

 

Manuel de Azevêdo
© Todos os direitos reservados