Se não puder ser um caminho,
mas não seja uma pedra,
na qual eu tropece e caia.
 
Se não puder ser uma luz,
mas não seja treva,
na qual me conduza a obscuridade.
 
Se não puder ser o calor humano,
mas não seja o rancor,
na qual me levará ao ridículo.
 
Se não puder ser fiel e leal,
mas não seja falso,
na qual me induza às más práticas.
 
Se não estais com um sorriso,
mas não sejas o contágio da tristeza,
na qual me levará aos vícios.
 
Se não queres falar,
mas não sejas o silêncio da minha voz,
na qual procuro justíça.
 
Se não estiveres ouvindo,
mas não sejas o tapa ouvido,
na qual não me deixarão ouvir a verdade.
 
Se não se encontras no caminho,
mas não sejas uma “placa indicativa” falsa,
na qual me leve ao abismo.
 
Se não quiseres ser a compreensão,
mas não sejas a teimosia,
na qual eu persista ao terror da guerra.
 
Se não és a esperança,
mas não sejas o desespero,
na qual me trarão a tristeza de viver.
 
Se não sentires o amor,
mas não sejas o ódio,
na qual me conduza a ignorância.
 
Mas...
você pode, está, quer, encontra, é,
e sente-se disposto para ser sempre
o meu melhor amigo,
para enfrentar a luta da vida,
mesmo errando e, perdoando,
o amor fala mais alto. 

PEDRO DOMACENA
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