Como comparar amor à dor?
Seria negar nossa própria existência
regada da sublimidade maior
envolta de enorme querência
a nos unir e nunca nos sentirmos sós.
Nosso amor... Único e onipotente...
De almas compatíveis, sentimento contundente
a quem a vida consagrou...
Sem lágrimas, sofrimento ou rancor;
embora lamente todo o desamor que vigora
e cospe agruras no mundo de agora.
Amor construído de essências,
conteúdos sólidos,
razão e emoção
caminhando lado a lado,
desprezando a embalagem,
fogo de artifício que explode,
ilude, resplandece e morre.
Se porventura a dor nos rondar
e nos flagrar colhendo sonhos,
de imediato há de recuar
derrotada por nosso sorriso,
gládio protetor e incisivo
a refletir nossa felicidade.
E o amor perfeito, cultivado,
flamejará, sacramentado
dentro de nosso coração
refazendo a crença no amor sem dor,
reacendendo sentimentos abatidos,
ressuscitando amores que morreram
antes mesmo de terem existido.
Carmen Lúcia
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