Gaúcho, Peão de Estância.
O Peão ao levantar-se
Dá logo uma espiadinha
E vê ao longo do campo
A geada bem branquinha.
É o efeito da friagem
Que causa a geada
Cobrindo tudo de gêlo
Ao longo da madrugada.
E o Peão veste seu pala
Para enfrentar o frio
Que por vêzes é tão intenso
Congelando a água do rio.
Depois encilha o cavalo
E sai para lida campeira.
Se despede de sua Chinóca
Que lhe abana da porteira.
Parte junto com seu cusco
Seu amigo e companheiro
Que é fiel não lhe abandona
Sempre perto o dia inteiro.
A tardinha a Chinóca
Se arruma toda bonita
Coloca flor no cabelo
E põe seu vestido de chita.
E vai esperar a volta
Do seu Peão muito amado
Que ao chegar dá-lhe um beijo
Na beira do alambrado.
Depois lá dentro de casa
Ficam em volta do fogão
Conversam, comentam causos
Sorvendo um chimarrão.
Tenho orgulho em ser Gaúcha
E honrar a tradição
Trago meu Rio Grande no peito
Ao lado do coração.
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