Travesti-me de fantasia,
para sair no carnaval,
apesar de achar uma vida vazia,
felicidade que começa e termina,
numa noite de natal.
e mesmo com toda tirania,
de um consciente coletivo,
transformar texto em poesia,
é missão de um mundo festivo.
gosto quando me olha,
e tenta burlar o que sente,
quando me traz a memória,
quando fala a verdade ou quando mente.
acordei ainda era tarde,
e pensei "ainda sou feliz,
não passava de um covarde,
que adia tudo o que diz.
mentiras são sempre mentiras,
acompanhadas ou não de verdade,
escondida entre a paz e a ira,
entre o sinismo e a sinceridade.
leia as entrelinhas,
dizia eu a mim mesmo,
não se pode só apagar as velinhas,
enquanto os anos passam a esmo.
dói estar escondido,
entre a moral e o desejo,
mesmo que ja tenha sido dito,
que todos nós temos segredos.
é como um bom perfume,
escondido em um homem barato,
é assim como quem assume,
se o melhor é ser forte ou ser fraco.
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