Um primeiro do segundo,
Um terceiro, um quarto, o derradeiro.
Um virgulino, um Justino, o cangaceiro.
Devoto de padim ciço, semi-analfabeto,
Nordestino valente, cabra da peste.
Um dos que Deus esqueceu.
Viveu magoas e alegrias, chorou a noite
Sofreu de dia.
Caio debruçado em solo árido
Rasgou suas vestis na caatinga
E nos espinhos de mandacaru,
Machucou seus pés nos pedregulhos
A beira do caminho e maltratou sua alma
Na estrada da vida.
Hoje, não mais existe o derradeiro.
O virgulino, o Justino, o cangaceiro,
Nem tão pouco o devoto,
O semi-analfabeto,
Nem o nordestino que um dia foi
Brasileiro.
Genival Silva
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