BENEDITO C.G.LIMA
É tudo tão singular
apesar da pluralidade
as mesmas pessoas
nas mesmas ruas
os mesmos carros
as casa tem as mesmas cores
desbotadas do vazio visual
o conjunto tétrico nomeia o tédio
que avassala!
É tudo pacato
Até mesmo chato
formal
oval
e insípido
nem o poeta ébrio solfeja estóreas
pelos corredores do tempo.
É o mesmo padeiro
com a sua buzina
o mesmo leiteiro
verdureiro
jornaleiro
carteiro
açougueiro.
Nada da fora do comum.
Até os gritos do espantalho
estilhaçam os cristais da arrogância
entorpecida nas gargantas burguesas
enquanto o apito do trem continua o mesmo .
acidade continua a mesma
apesar de bicentenária.
O Rio Paraguai não mudou de curso
E a Bolívia esta ai.
Tudo igual.
Até poesias de Pedro Medeiros,
Manoel de Barros e Rubens Castro
Asfalto blocket paralelepípedo
Palmeiras flamboyant
Tudo num perfeito tabuleiro de xadrez.
O jeito é sentar na praça...
E ouvir a banda passar!
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