A vida é cheia de senões,
Mas não só a minha,
Atinge as multidões.
Se não eu me zango...
Se não eu não vou...
Se não eu não trago...
Se não eu não dou...
O que era para ser simples nós complicamos...
O que já veio arrumado nós desarrumamos...
Se o certo era todos nos amarmos,
Então por que é que nos odiamos?
Se eu não quero fazer, por que sou obrigado...
Tenho eu o direito de escolha,
Esse é meu direito e da vida meu legado,
No livro da nossa existência, só ele ocupa uma folha.
Se eu não tenho diploma, não sou ninguém...
Se não sou rico, sou um mísero capacho...
Se eu não tenho amor como posso dar amor a alguém...
Que bom seria se eu fosse à água que corre no riacho...
Passam por mim multidões
Frágeis como um fio de linha,
Sem entender seus senões.