Mãe, palavra doce, singela.
Cheia de significados intrínsecos
Que refletem sentimentos diversos,
Que se resumem na entrega
Única e magistral. Desvenda o mistério da vida,
Da renovação do amor, da continuação.
Um ser ungido, tocado por Deus.
Com a finalidade de gerar, sentir, repartir,
Doar, chorar, se entregar, sobretudo, perdoar...
Não pensa em receber tanto o quanto dá,
Entretanto, se contenta em sentir o prazer do orgulho
De ver o resultado daquilo que fora capaz de ensinar.
Sentimento materno ou de escravidão?
Como pode um ser tão diminuto se comportar como seu “senhor”, seu dono?
Cada gesto, gemido, um olhar, seu choro.
Soam como uma ordem, gera submissão.
A docilidade do seu rosto em nada lembra o poder do seu domínio.
Maternidade... Devoção e respeito absolutos com um ser que acabara de chegar.
Que poder temos agora sobre nós mesmos?
Tantas mudanças, sensações distintas de tudo que conhecíamos antes.
Ao mesmo tempo, emoções confusas.
Quando vem a notícia esperada é uma “benção Divina”,
Quando não... “Um castigo dos céus!”.
Na rejeição momentânea sentimos coisas que não queremos sentir,
Pensamentos inseguros e o medo do que nos espera assombra por meses a nossa vida.
Inevitavelmente, ele chega devastando-a.
O seu faro é preciso. Sabe quem você é, seu cheiro de mãe exala vida,
Ele sabe que precisam um do outro...
Seu império já está conquistado,
Enquanto o seu espaço na vida dele
Deve ser cuidadosamente adquirido.
Sabemos que ele é do mundo... É o que dizem.
Mas nunca desejaremos entregar-lhes a ele.
O egoísmo rondará sempre essa relação.
Ele defende o mundo. E para você, o mundo é ele.
Ao longo da entrega renuncia sua liberdade,
A vaidade se torna fútil, perto de todo amor que, incondicionalmente, precisa sentir.
Amor esse, capaz de doar sempre sem suplicar retribuição.
Mãe... Se deleita e se completa com um sorriso,
Um gesto de carinho, Uma palavra doce, Um olhar respeitoso.
Parece pagar uma dívida de uma vida toda.
Os anos passam, a vida passa. Eles crescem...
Você já é capaz de sentir, em si mesma, as marcas do tempo.
Então, começa outra escravidão, a da melancolia.
Você pára e recorda cada momento inesquecível.
Cada gracinha. O primeiro dentinho.
Os passinhos que em nada lembram os passos firmes e seguros de hoje.
Somos capazes de esquecer as dores do parto,
Mas não apagamos as dores causadas pelo desprezo e pela solidão.
Os queremos aqui, ao nosso lado, sempre.
Se pudéssemos traçar seus destinos,
Seriam sem lágrimas, Sem mágoas, Sem tropeços e perdas.
Mesmo sabendo que as necessitam para amadurecer.
No lugar de cada pedra em seus caminhos,
Plantaríamos uma rosa!
Para que pudessem lembrar sempre de nós.
E para eles o sol brilharia sempre,
Para que a noite não lhes trouxesse o medo,
Caso não estivéssemos lá.
Por fim, desejamos que Deus lhes dê sabedoria,
E tudo que não fomos capazes de lhes dar...
Ana Paula Pestana
Essas palavras são apenas um retrato pessoal,
Mas que representam muitas mães que gozam, como eu,
De sentimentos tão únicos,
Acrescentando sim, em suas histórias, momentos marcantes da vida
E situações peculiares que somente, nós mães, podemos descrever....
Madri
© Todos os direitos reservados