Acordo
Sento-me nessa cama vazia
Descarrego pesados e ligeiros pensamentos
Ela me devora com dentes experientes
Ponho os pés leves e cansados sobre o chão
 
Levanto
Passo por corredores estreitos
Sinto as pressões que seus tijolos provocam
me limito`a ser submissa
Sigo porque não vejo, sou guiada por caranguejos
 
Me visto
Tentando me encaixar
achar figurino pra alma
Que aja roupa para cobri-la
Não haverão luvas e nem sapatos
Está aleijada
Amputaram com serrotes
Em mãos providas em desprezo
Em mãos que entram em desespero
 
Quero sair
Sem coragem me encontro
Tenho medo do que posso encontrar
O mundo lá fora não presta
Não há lugar para mim
Rotineira insaciável
As curvas no asfalto carregam surpresas
Luta que se mostra maleável
 
A bebida naquela mesa me convida
Quer me segurar dentro desse quadro de fantasia
Líquido que coloca meus pés no teto
goles enfeitiçados
Um brinde ao irreal!
 
Continuarei levantando
Andando por entre entradas desconhecidas
Acordando e abrindo os olhos sobre a cama vazia
me vestindo com sutileza
para as vestimentas uma roupa a me ilustrar
tentando sair, procurando não mais te assustar
qrendo voltar e viver dos goles alucinantes
desse quadro rotineiro sou uma verdadeira amante


Thaís Costa
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