Sei que algo que suponho oculto
fala na intimidade de meu coração.
É quando fecho os olhos,
como se quisesse ver
o que vai em mim.
É quando vejo a insistente
imagem de pássaros brancos,
um bando em voo a desvendar
aquilo que suponho desconhecido.
E eis aí nova contradição,
pois nesta imagem
existe algo “familiar”.
É como se, de repente, passasse
a fazer parte daquilo tudo,
como se, de momento para outro,
passasse a gostar de estar ali.
Fico fugindo do momento da volta
como se não desejasse,
de fato, voltar,
pois que ali habita a felicidade
que procuro e não encontro.
É quando a razão me aborda,
lembra-me do tempo...
O tempo tem que ser respeitado,
o presente tem que ser vivido,
o aprendizado do amor
tem que ser concluído,
pois nele habita
a semente da liberdade
que há de me libertar
das paixões humanas.
Daí a poesia e a filosofia
de cada dia.
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