Asas da Poesia

 

Sei que algo que suponho oculto 
fala na intimidade de meu coração.
É quando fecho os olhos, 
como se quisesse ver 
o que vai em mim.

É quando vejo a insistente 
imagem de pássaros brancos,

um bando em voo a desvendar 
aquilo que suponho desconhecido.

E eis aí nova contradição, 
pois nesta imagem 
existe algo “familiar”.

É como se, de repente, passasse 
a fazer parte daquilo tudo,

como se, de momento para outro, 
passasse a gostar de estar ali.

Fico fugindo do momento da volta
como se não desejasse,
de fato, voltar,

pois que ali habita a felicidade 
que procuro e não encontro.

É quando a razão me aborda, 
lembra-me do tempo...

O tempo tem que ser respeitado,
o presente tem que ser vivido,
o aprendizado do amor 
tem que ser concluído,

pois nele habita 
a semente da liberdade

que há de me libertar 
das paixões humanas. 
Daí a poesia e a filosofia
de cada dia.