Luzes de Ti

 
Divago pelas invisíveis ondas
do vento que enche as velas,
da nau onde vão meus sonhos.
Inquieto está o coração no peito.
 
Talvez um dia encontre águas calmas.
Quem sabe espelho de meus sorrisos,
ou ainda alcova de minhas lágrimas,
haverão de ser o colo que acalenta.
 
Ainda que escravo de palavras duras,
entretanto, nunca tive o desejo de ferir.
Longe vai o desejo de magoar,
pois que a delicadeza encanta a força.
 
Musa é a mulher que transcende a carne.
Esta é etérea como o encanto das flores.
E guarda em si águas puras.
Daí que minha sede aplaca-se nesta fonte.
 
Seu álibi feminino a torna segura.
E então comunga com a lua noturna,
segue-me com a discreta emoção.
Sussurra-me palavras. Autodesvenda-se.
 
E minhas sombras ganham sua luz.
E o destino perder-se do caminho.
E o minúsculo instante faz-se todo.
E no silêncio ouço apenas sua voz.
 
Numa manhã que perdeu-se no tempo.
De um tempo que quis brincar de eternidade,
mas que de tão efêmero duvidei de mim,
para crer na promessa da luz do seu olhar.

 

 
 

 

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