Ipês do cerrado

 
Umidade pouca no ar campestre
Árvores secas, ipês se despem
Esta é a paisagem do nosso cerrado
Cercado de águas emendadas
De nascentes, cachoeiras,
Encadeados pelo mais belo pôr-do-sol e luar
Que em outro lugar não há.
E temos ainda muitas sucupiras
Pequizeiros e Jatobás
Que com força e resistência da natureza
Estão sempre a desabrochar
Na primavera os ipês
florescem em meio ao campo não plantado
E traz uma magia e fascínio
Uma dádiva da natureza
Ao nosso encantado cerrado.
Flores de vida pequena
 no meio da  seca, de tanta aridez
Em outubro cai a chuva novamente
Nos planaltos e planícies
Reavivam  o verde-louro do capim dourado
E amanhecemos com o canto da Juriti, do sabiá e bem-ti-vi
E é assim também nossas vidas
Amores que explodem
Mas que são curtos
E se vão deixando lembranças
Momentos inesquecíveis
Paixões que foram flores, amarelas, roxas, lilás
No cerrado dos nossos corações
No imenso vazio da saudade
 

 

Lande Bomfim
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