A ROSA PÚRPURA

Na ponta de uma lança erguida,
Estava espetado o coração de um guerreiro,
Tombado em batalha perdida
Na qual valente foi até o momento derradeiro.
Púrpura era o galhardete,
Que ao sabor do vento tremulava.
Belo e forte era o ginete,
Digno do bravo que o cavalgava.
 
Cavaleiro de princípios rígidos,
Fiel ao seu Rei, fiel à sua Dama.
Orgulhoso na vitória, humilde com os vencidos,
Daí seu nome cantado, daí a sua fama.
Cavaleiro da Rosa Púrpura,
Em cuja espada fez um juramento,
De defender a fé verdadeira e pura.
E o direito de quem o tivesse por merecimento.
 
Cavalgava pelo mundo o garboso paladino,
E onde ouvisse clamor contra a injustiça,
Lá estaria ele cumprindo seu destino.
O paladino da fé, defensor da justiça!
Do alto da sua bela montaria,
Sua figura causava admiração.
Donzelas ocultavam a chama que no peito ardia,
E sofriam em silêncio a dor da paixão
Menestréis cantavam doces baladas,
Falando dos feitos do valente guerreiro.
Vencedor de torneios, herói de batalhas vencidas,
Um Nobre para seus pares, para as Damas um cavalheiro.
 
O tempo passou, e o cavaleiro também.
Folhas mortas caíram ao chão,
O tempo não perdoa a ninguém,
Ele acontece, só não tem a rapidez do clarão.
Hoje a Espada, o Escudo e a Armadura,
Contam parte da verdadeira história.
Em batalha na Extremadura,
Apesar da derrota, morreu com glória!
Na ponta da lança o rubro coração,
Tinha a mesma cor rubra da Rosa.
O sangue rubro que fertilizou o chão,
Fez nascer uma Nação forte e orgulhosa.

Era uma vez no chão do velho mundo que tudo aconteceu. No tempo dos cavaleiros audazes, paladinos da justiça e da honra viveu o Cavaleiro da rosa púrpura, que despertava paixões e povoava as baladas dos menestreis. Pela honra do seu Rei e sua Rainha e todo humilde e injustiçado, punha sua espada a serviço da Justiça ate que um dia em terrível batalha tombou vencido e com honra. Sua lança ficou fincada chão com o galhardete a tremular e na ponta o coração do heroi regando o solo com seu sangue.

Na minha varanda