Não quero o silêncio culto e tácito
das bocas caladas pelo medo;
não quero ouvir os que choram
e os que lamentam em segredo...
 
 
Não quero minha voz embargada
pela pressão silenciosa
da solidão que não diz nada
e da razão que se faz muda...
Eu quero o mundo em polvorosa!
Quero a canção, quero o sorriso...
Quero gritar, se for preciso...
 
 
Não quero o silêncio assim imposto
como um tapa que arde no meu rosto!
Eu quero o silêncio sim, mas quero ainda
poder falar tudo o que sinta;
poder sentir tudo o que fale...
Eu quero decidir quando me cale!
 
 
Não quero a minha voz presa no peito
enquanto o mundo grita ao meu redor!
Eu quero decidir; é meu direito
e não lutar por ele é omissão!
Silêncio! Não consigo ouvir direito!
Há um barulho estranho no meu peito
e não parece ser meu coração!

 

                                     

                                   Copyright © 2000

Reinaldo Luciano
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