Augusto de Paiva, uma doce lembrança

Sou filho de tua coragem meu pai
Mas hoje tento ganhá-la em tua ausência
Pois passei a temer as simples tempestades  
Desprotegido pelo mundo
 
A dor é simplesmente tão forte a cada saudade
E é só o pensamento falar de ti que me entristeço
Mas também sou filho de tua alegria, meu pai
E deixo que o sorriso soe mais alto na solidão
 
Lembras das vezes que me mandavas abaixar o som?
Hoje as canções nem têm sentido,
Nem mesmo tanto valor quanto da tua voz pra mim,
Se sou filho de tuas palavras, meu pai
 
Pai, sinto a inveja do céu pelo teu olhar tão belo
E quando te vejo por lá, me sinto seguro
Lembro que fostes nosso guerreiro romano
Mostrando amor e luta por sua maior conquista: nossa família
 
Pai, sou filho de tuas canções,
Aquelas que me ensinaram o valor da vida
Pena agora serem prantos maternos de saudades infinitas
E apenas um pouco de esperança
 
Hoje sinto tanto orgulho do que posso escrever de ti
És minha poesia que não esqueço, estás no meu coração
Que sem ti não palpita, não ama, envelhece

 
Se sou filho de sua sensibilidade meu pai, teu poeta...