Todos pasmam perante sua aparência
Olham estupidificados, maravilhados
Com tal perfeição, imponência
Deslumbram, parecem embriagados
A ralé te segue, você aproveita
Todos te idolatram, você aceita
Recebe a carícia do povo violentado
E mostra em seu rosto um sorriso rasgado
Sua face, sua pele, seu corpo
Não passam de um veículo
A casca de seu espírito morto
Sua carapaça dura enquanto agradar
Mas por dentro sua carne nua, frágil, escarlate
Sozinha no mundo, iria definhar.
Augusto F. C.
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