A mão que afaga
é a mesma mão incerta
que torna deserta
a mesa do povo todo dia.
A mão que acalenta
é a mesma mão que isenta
tributos para quem não sente frio.
A mão que trabalha,
é a mesma que puxa o gatilho,
que num lance de desatino,
mata o seu semelhante.
A mão que encerra,
é a mesma que enterra,
aqueles a quem antes afagou.
A mão este instrumento bendito,
sempre será um símbolo,
de união e desatino,
desta comunidade
chamada humanidade.
Que de humanidade nada tem,
pois o seu irmão nunca tem ,
o que necessita para viver.
Por isso a mesma mão que:
afaga,
trabalha,
mata,
deixa incerta
a vida de milhares
é apenas uma mão.