Memórias de um romance antigo

Memórias de um romance antigo

Naquele jardim encantado

onde nos encontrávamos

Nossos olhos furtivamente

Se cruzavam

De modo discreto

nos aproximávamos

Como dois rios caudalosos

de águas serenas

porém abundantes

Cada qual seguindo seu curso

Rios impetuosos, em ritmado pulso

Vidas paralelas em águas tremulantes

Nossos desejos se emolduravam

no sorriso breve e tímido que trocávamos

no toque  plácido das mãos que entrelaçávamos

Deixamos seladas

na copa daquele majestoso Carvalho

as iniciais do nosso nome

bem talhadas

Sempre que a face do céu sorria

em tons de anil

corríamos para o nosso jardim primaveril

onde nossos sonhos se fagocitavam

e ali nos enamorávamos

O que era singular, plural se fez

o amor selou nossa vida

mostrou-nos sua rutilante tez

 

                                *  Úrsula A. Vairo Maia *

 

 

* DIREITOS AUTORAIS REGISTRADOS

 

 

 

 

 

Queridos amigos do site e visitantes, compus este poema depois de ter assistido a um filme de época romântico ( século XVIII, eu acho) , cujo nome não me lembro, mas que retratava o amor de dois jovens que sonharam se casar, mas foram vencidos pelos preconceitos e juízos de valor da época. A jovem era escritora, pianista e pobre ; e o jovem era sobrinho de um rico e influente juiz de Direito da época e dependia dele para sustentar a família. O filme é simplesmente lindo, tanto em relação á história que se baseia em fatos reais, quanto à fotografia e o cenário.
Obrigada por sua visita em meu cantinho.