Sigo tranqüilamente
ante a inquietude e a pressa
entre o banal e o sublime
deixando que a vida me ensine
moldando o presente
com destino ao futuro
nem sempre firme
mas nem sempre inseguro
esperando em Deus o que me destine...
Sigo tranqüilamente
em meio a confusões e a serenidade
entre os desafios, metas e lutas,
disputas em busca da felicidade...
nunca abaixando a guarda
nas horas certas ou incertas
sigo nesse paralelo
insistindo naquilo que quero
sem medo do que me aguarda...
Sigo tranqüilamente
minha vida tendo como destino certo a morte
contrariando o azar, procuro a sorte
esquecendo que sou fraco me sinto forte
renovando a fé mas as vezes cético
as vezes bruto outras vezes poético
embalando a vida nesse vai e vem
nunca pensando em mim mas sempre em alguém
que segue comigo rumo ao além...
Sigo tranqüilamente
entre o terno e o trágico
o riso e o pranto o santo e o profano
falando verdades e ouvindo mentiras
as vezes o inverso, entre o céu e o inferno
no verão e no inverno em prosa ou em verso
deixando de ser coitado
sonhando, dormindo ou acordado
não quero fama ou sucesso
mas sempre ter-te ao meu lado...
Por isso sigo tranqüilo
e as vezes cambaleante
vivendo apenas o instante
pois nada do que foi será como antes
pessoas hoje perto, antes tão distantes
caminho determinado e as vezes inconstante
no mar da vida com ondas gigantes
que assusta até mesmo os bons navegantes
mas norteio minha bússola e sigo adiante...
Sigo tranqüilamente
observando o bem e o mal, o certo e o errado
ando calmo e as vezes irritado
chego antes nunca atrasado
vivo a vida não pré-ocupado
senão me sinto travado,
e a vida não anda pois estou amarrado
então levanto a cabeça antes que me esqueça
que na luta diária o bom na batalha
ainda que o mal aconteça
a vitória é certa mesmo que não pareça...
Ainda sigo tranqüilo
entre o suave e o sombrio,
entre a luz e as trevas
entre a tempestade e a bonança
me desespero e as vezes perco a esperança
acho feio o que era bonito
amargo o que era doce, simples o esquisito
discernindo alma do espírito
aperfeiçoando a vida santa...
Mesmo assim sigo tranqüilo
entre o real e o imaginável
entre o perdão e o pecado o sonho e a realidade
amando não apenas os amáveis
elogiando não apenas os notáveis
mostrando a simplicidade
nos atos a humildade sigo assim minha rotina
em busca da felicidade...
Já não sigo tão tranqüilo
quando olho ao meu redor
vendo tristeza nos filhos
a vida pode ser melhor
mas não importa, é na doença ou na saúde
no riso ou no pranto
vou cantando o meu canto
as vezes bato outras apanho
mas não sabia que doía tanto
ver um filho chorando pelos cantos...
Já não sigo mais tranqüilo
sofro a dor que nunca quis
como inocente sinto-me culpado
por algo que eu não fiz
mesmo assim não murmuro sempre agradeço
os meus filhos à Deus ofereço no presente e no futuro
em Suas mãos estão seguros
imaculados e tão puros é o bem que Deus me faz
novamente sigo em paz...
Novamente sigo tranqüilo
entre a razão e o sentimento entre a paz e o tormento
vou vivendo cada momento se com flores ou espinhos
vou seguindo meu caminho livre dos maus pensamentos
sei que posso, sou capaz, pois só Deus feliz me faz
dá sentido à minha vida dá-me paz interior
nada pode temer o homem cujo Deus é o
SENHOR....
...a difícil luta pela vida sem se desesperar diante de situações críticas que querem tirar nossa tranquilidade e paz...a inquietude e manifestações de nossos pensamentos fazem-nos vagar através da insegurança, do medo, principalmente quando tais situações atingem nossos entes queridos...mas ao mesmo tempo nos fortalecem e ajudam-nos a enfrentá-los, mesmo cambaleando entre o certo e o errado...
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