Minha alma é estúpida
Quando quer chamar minha atenção
Percebi com o tempo.
Que ela é capaz de seqüestrar meu humor
Quando quer que eu escreva
E escravo vou ficando dela
Que fica furiosa
Quando desdenho
O que ela quer
Mas tem dias que não quero falar do amor
E ela insiste
Me dá enxaqueca
Dor de cabeça
E como robô
Ela me rouba
Acabo atendendo
E escrevo a seu favor
Ela é muito estúpida...
Ganha as coisas no grito
Me acorda de madrugada
Tira o meu sono de sacanagem
Me deixa reflexivo
E as vezes sinto
Que escrevo por obrigação
Minha alma é selvagem
Ela busca logo o atrito
Me deixa aflito
E então pressinto
Que é hora
De escrever!
E escrevo pra desafiar
O infinito dos significados
Escrevo pra desafiar
O labirinto que me atrevo
a viver!
Entre sonhos irreais
E pesadelos inusitados..
Que minha alma produz
E meu universo insiste em dizer
Que são todos normais.
 

Fortaleza

Carlos Henrique
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