Perdida em meu labirinto
não vejo porta ou saída...
Sombra que vaga o recinto,
parte de um emaranhado.
Sou fio de linha partida
sem ter começo nem fim...
Enredo iniciado no meio,
trama oriunda de mim.
Bifurcação de caminhos
pra confundir os destinos
Sou grito que não acha eco...
Brado que eu mesma renego...
Não volta, nem segue adiante,
rodeia seu som trepidante
e perde-se ao léu...
Morrendo, sem ver o céu.
Esboço mal delineado,
sou fruto do pecado.
Arquivo corrompido,
amor não desejado...
Sonho interrompido,
plano inacabado.
Que façam pouco de mim...
Que meus dias passem batidos...
O que sou não importa a ninguém,
nem mesmo o meu tempo sofrido.
(Carmen Lúcia)
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