O que gosto em você não é a sua beleza,
Dom de Deus, com toda certeza;
Nem o seu modo de andar,
Se poucas vezes a vi caminhar;
Tampouco o balançar de suas cadeiras;
Flashes de imaginação,
Minha pura besteira.

O que mais gosto em você não é a sua boca molhada,
Por mim poucas vezes beijada;
Nem o seu olhar cativante,
Que tive apenas por instantes.

O que gosto em você não é a sua língua dançante,
Que senti num desses beijos provocantes.

O que mais gosto em você não são os seus olhos cor de mel,
Brilho de estrela jamais vista no céu;
Nem da lágrima que deles desceu,
Pois suspeito que isso nunca aconteceu;
Tampouco o seu cabelo desarrumado,
Se jamais acordei ao seu lado.

O que quero de você não é a sua sexualidade,
Pois jamais experimentei de verdade.
Não quero seu "vulcão" sexual,
Pois dele nunca vi nenhum sinal.

O que mais quero de você não é o aperto do seu abraço,
Pois isso eu mesmo faço,
Nem os seus movimentos sobre o meu corpo deitado;
Sonho pedido, nunca realizado.

O que admiro em você não é o seu modo alegre de viver,
Pois isso nunca pude perceber;
Nem a sua capacidade de dizer "não",
Produto da ausência de amor no seu coração.

O que mais admiro em você não é o seu jeito de dizer "amor",
Pois dessa palavra nunca tive o sabor.

O que adoro em você não é a sua capacidade de amar,
Pois isso você nunca pôde provar.

O que mais adoro em você não é a sua proclamada sinceridade,
Poucas vezes sentida de verdade;
Nem sua clara indecisão,
Fruto do desconhecimento do próprio coração;
Tampouco a sua teimosia
Que faz do amor, mera fantasia.

O que me intriga em você é essa total contradição,
Que faz da felicidade, contramão.

O que amo em você é esse seu dom de poder despertar
A minha capacidade de amar
Que consegue fazer renascer,
Esse dom divino de tudo isso poder escrever.

O que sinto falta em você é uma coisa um pouco engraçada:

É tudo e nada!

Lucianno Dos Santos Coelho .
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