PS: Eu te amo!

Quantas vezes terei que provar,
Submeter-me, prometer, jurar,
Se o simples ato de mantê-lo intacto,
Comprova-se o fato de sentimento ilimitado,
Prova contundente de amor não desgastado.

Quantas vezes terei que dizer:Te amo!
Se meus gestos falam mais que o falar?
Meu pensamento, hoje seqüestrado,
Nega-se, veemente, a mim retornar?

Se meu “Te amo” tornou-se clichê
E em meus lábios, um lugar comum?
Se quero estar só onde tu estás
E se estamos juntos, somos apenas um?

Quantas portas terei que abrir
Pra te seguir e me encontrar?
Da casa, do ocaso, acaso, estrada...
Fechadas, abertas, trancadas, pintadas...
Azuis, amarelas, graves, suaves...

Não nos preocupemos com elas,
Vamos direto às chaves!


        (Carmen Lúcia)