Se cálido
se gélido,
sempre é o vento,
um mistério...
Quem saberá para onde vai?
Quem pode saber donde vem?
O vento é uma constante divina,
que a física não formulou.

É ritmo musical
nunca acertado,
acelera ou atrasa...
ressoa ou cala...
Fala, silencia ou ruge,
se a porta semi-fechada
lhe dá entrada...
O vento é brisa.
Se grita, se agita,
também delicado,
canta...

Ontem dançava nas debruçadas
Rosas despencadas...
Hoje, arrasta as despetaladas,
pelas calçadas...
Amanhã, das recém-floridas,
espalhará perfume nas avenidas.

Vento e brisa,
Tão lento e lenta
Na despedida,
amores levam
quando em partida.

Lá vão os dois,
as mãos atadas,
sempre a dançar,
sempre a brincar,
deuses da Vida!

ENI GONÇALVES

Curitiba, em mar

Eni Gonçalves
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