Eu gritei!
Eu falei!
Estavam todos surdos!
Esse som bateu na barreira que eles próprios criaram e o eco foi:
Socorro! Socorro!
Desci à uma cova profunda, um abismo...
Desci sozinha e me vi bem assim:
Coberta de lodo e de desespero.
E então gritei aos berros timidamente e longe de todos;
As paredes ouviram e calaram-se;
Abafaram os meus gemidos.
Comprimiram-me até de novo explodir n´ua loucura
Da largura, profundidade e altura maior que o mundo cheio de surdos, cegos e tolos!
Tacanhos de mente e de alma!
Incompreendida eu fui.
Incompreendida fiquei
No fundo da terra a clamar
Entre paredes torturantes gritando!
Fiquei assim por um espaço de tempo tão eterno que me perdi, sim, no tempo.
Só havia a lua.
Tinha medo do sol.
Uma dimensão infinita aos outros.
Sim, todos eles.
Mas não infinita a Você.
Você me cuidou.
Você me ouviu.
Eu clamei e estavas comigo,
Chorando minha dor como u´amigo.
Velando os meus passos trementes.
De toda minh´alma consciente.
Eu vi a oração respondida
Libertando-me aos poucos;
O suficiente para eu entender
O quão longe eu andei.
Eu te peço:
Liberta-me!
Eu te clamo:
Alcança-me!
LIBERTA-ME, OH, DEUS!!!
13:30Sao Paulo, SP, 20/03/2008
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