Acordei Para o Amor

Falaste-me dos sons da chuva, meu coração
E não te ouvi trancada em meu mundo vão
Eis que me acolhi em mim, e me tomei como tal
Falei-me do sabor, da verdade e do meu mal
 
Já não reproduzo mentiras que contaram-me
Houve vez que sangrei, ao invés de amar-me
E das águas límpidas da minha frágil revolução
Eu me vi já não sendo mais uma na multidão
 
Estive trancada, coagida e inválida de medo
Não pude contemplar o amor como verdade
Mas valeu rever-me em meio ao sofrimento
 
Pois sei de quem devo ser, e já o sendo
Ah, meu coração, sei não ser, agora, tarde
Já sinto em mim amor, e em pleno degelo

A um ressurgimento sentimental, tão necessário.
Gabriela Ribeiro Leão
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