Cotidiano
 
Prédios e presídios moldam a face
miséria  e desespero assombram a condição
catracas e “coletivos”
restringem e comprimem até a massificação
 não se fala mas no suor se sente
a tristeza e exploração
que se espalha de esbarrão em esbarrão
penetra na pele, faz parte de nossa composição
amor, paz, vida e tudo mais
pede uma nova significação
nada dá pra ser como na televisão ou pela tradição
 os sonhos de barraco são diferentes da mansão
a coberta de jornal, não aquece igual a lã
assim passam os dias que sempre teimam em voltar
por que ?
até quando?
                                                                  Cotidiano

                              Gilson Amaro 26 de junho de 2005

Gilson Amaro
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