Inercia de Sofrimento

Eu queria andar em uma estrada reta
Com árvores coloridas e animais selvagens
Poder olhar a imensidão do horizonte
E não conseguir visualizar o fim.
Mas, por um momento eu caí.
Uma força brutal empurrou-me ao chão
Zombou dos meus ferimentos e me envergonhou
Fez-me sentir despido e desalentado
Meus olhos desceram ao chão e dele não subiram mais
Braços e pernas encolhidos em proteção
Uma constrição no peito fez desvanecer meu corpo
Deitei-me ao léu em extrema sofreguidão.
O Sol já virou cinzas – queimou-se
A Lua tornou a esconder-se
Preferiu não ser testemunha de atos tão vis
A chuva desceu com ira e manteve o solo encharcado
O vento soprou vorazmente levando alguns galhos consigo
E meu coração parecia parar de bater.
Queria entregar-me à terra e não mais viver
Permaneci inerte.
Sol, Lua, chuva e vento.
Nada tem alimentado minha vida.
A energia parece se esgotar a cada minuto
Cada gota de chuva é pesada demais sobre meu corpo.
Por mais que existam razões que me convençam da vida
Tanto mais descarrego meu entusiasmo à natureza.
Minhas lágrimas respiram
Deslizam minha face e tocam ao chão.
Anseiam avidamente esgotar minha fonte de amargura
Mas em consternação enfadonha e funérea
Permaneço a sofrer...