ACOADA

ACOADA
Eu inteiramente despida de todos meus valores
Me deparei entrando numa viagem de loucuras
E delírios  libidinosos.

Por minutos, e talvez horas
Deliciei-me  dos momentos vividos
Na entrega, sem o medo, sem pudores
No desejo  incontrolável  de fecundar-me
Na tua boca, e remodelar-me no seu beijo
Diante da tela virtual que nos separa

Aos poucos um sentimento invadiu-me
tomou conta da minha alma, o remorso
crú e nú, atormentando as entranhas.
A alma rendida, já não é minha
um amor que não pode exisitir...
Minhas carnes desertas:
minha alma vestindo a sua

Um estúpido sentimento, devorou-me
Corroeu-me, a pura traição: emoção
sangra agora as feridas...nossas feridas

Enfrentar o mundo real
Aquele bem diante do meu nariz
A paz esperada, foi buscada no percurso
dos longos caminhos, percorridos no mais alto
som de música esculpidas no ar, vento ao rosto
pilotando meu carro desgovernado
as lágrimas caindo como ninfetas
em busca de consolo, acariciando
a alma: matéria sem nexo
buscando um corpo com mente sadia
A alma recria; volta pra casa
sangrando nas veias sangue
novo.


Sonia Ortega Wada

Sem despedidas, doi menos...