Dos cacos que restou da vida
mosaicos foram formados
dos deixados ao longo da Avenida
para se possível; restaurados.
Cada um revela uma cicatriz
que um dia foram feridas
fruto de poesias atrevidas
que vieram marcar este infeliz.
Foi o meu coração lixeira ?
O amor o caco recolhido ?
A paixão pelo vento a poeira
depositada neste coração sofrido.
Mesmo que tente restaurar,
com todo o meu capricho,
cacos hão de faltar.
Ficarão perdidos no lixo.
Não se restaura nenhuma marca passada,
ainda que queira, as indeléveis vão revelar,
nos retrospectos, em vitrais a vida quebrada,
cacos estes que você tentou emoldurar.
Novas calçadas para o amor serão construidas,
de cacos os mosáicos da Rua, da Praia.
Rio das margens da vida que serão destruidas,
certamente é o que este amor agora ensaia.
Um coração em cacos tento eu lapidar
em minhas mãos cacos tento ajustar
e ao invés de sangue, poeira a gotejar
pela ampulheta esperando o tempo passar.
E o meu tempo passou e eu nem vi.
O meu amor passou e nem conheci.
A minha paixão passou e eu esqueci
A minha vida passou e eu nem vivi.
Renatinhuuuuuu 26 de Março de 2007 10:11
APENAS UM FINAL FELIZEM CASA
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