Por: William Vicente Borges
“Patior”
“Passus”
Paixão e Sofrimento.
Paixão é sofrimento.
O que deveria ser impulso
vira “resto da vida”
golpe do destino.
Ficamos passivos
ante a fúria dela.
Ou ativos diante
te seu deslumbre.
é o cio
é o zelo
selamos e somos
por ela selados.
E entre este Cio e a Paixão
temos este sofrimento
que não passa
que não passa
e que a mim embaraça,
e a ti não?
“Patior”
“Passus”
E o poeta grita.
O professor se defende.
O Psicanalista disfarça
o inconsciente levado
ao complexo de Édipo
latente.
E tudo o mais ferve.
Ferve no Cio da
paixão sempre incandescente.
Indecente?
Ela sempre é indecente!
Busca sem dó o decote.
Diminui a saia que vira mini.
E sem nos darmos conta,
Miamos como gatos nos
telhados. Nos enroscamos
como cães vagabundiantes.
Parte que nos cabe neste mundo
antes da morte?
Mas a Paixão é linda.
É a mola que nos leva
a maior das virtudes.
O amor e a dedicação
a outro ser que nos cativa.
O irracional nos mostrando
o caminho para a felicidade.
que existe?
Existe sim! No outro que nos assiste
com seus cuidados. Ah! que bom.
Mas que droga!
Da paixão sou paciente.
Dela sou escravo persistente.
A paixão, o sofrimento.
Dita o meu ritmo desde que
me entendo por gente.
Então cumpra sua missão.
Faça isso pelo menos
leva-me ao amor que
me chama ardendo em febre.
Que me escolheu como teu
não sei por que.
“Patior”
“Passus”
São verbos de um
mesmo sentimento hostil
e totalmente necessário,
é a bactéria que nos cura
e que pode nos matar
ao mesmo tempo que
sempre em qualquer dos casos
nos consome sem “pena”.
Vivemos no Cio da Paixão.
E daí Hipócritas?
Atirem a primeira pedra
quem nunca sofreu por amor.
E se alguém nunca sofreu por amor
passou pela vida sem a maior da
emoções, sem a mais deliciosa dor.
Oh! donzelas solteironas,
fofoqueiras de plantão.
Oh! imbecis trogloditas,
que nunca dão carinhos.
Oh! insensíveis de plantão,
que sempre têm razão.
Aviso:
Estou vivo Canalhas!
E isto também paixão.
Estou no cio!
Estou cheio de paixão!
Paixão pela poesia.
Paixão pela Fé.
Paixão pela vida.
Paixão pelo próximo.
e paixão é sofrimento.
“Patior”
“Passus”
Impassivo ante
a insensibilidade
dos mortais.
Mas em frente sigo
até que eu consiga, sem medo,
dormir nos braços dela!
fim
Primavera de 2007 – Vila Velha.