Ah! Esse amor que teima em arder nesse meu peito,
Faz-me tão bem e tão mal, parece tão inefável,
Sequer tenho chance de poder compreendê-lo,
Inócuo na sua essência, porém, inelutável.

Sou tão insignificante perante sua plenitude,
Pareço um menino, submisso e temeroso,
Subjugado, não tenho forças nem atitude,
Só quero amar, ser amado, sentir gozo.

Ah! Mas como é bom viver esse amor,
Não tenho ilusão, sou cúmplice, sou fiel.
Só quero amar, viver a paixão, sentir o calor,
Não quero lutar, nem anestesiar essa dor,
Pois estou vivo, ávido por chegar ao céu.

Deixo-me levar, no verbo sonhar,
Sentir o prazer de viver e amar
Sou louco, mas estou a me enxergar,
Pois estou vivo, e esperando o amor me pegar.

Como fugir do amor, como compreendê-lo? Somos tão vulneráveis a esse sentimento. Mas porque fugir, porque lutar? O amor, nos mantém vivos, nos aprimora os sentidos, nos faz viajar nele até o limite de nossos sonhos, anseios, desejos. Deixemos o amor inflamar, tomar conta de nossa alma, e quem sabe um dia, possamos compreendê-lo.

Curitibanos - 23/11/2006