A COR DO CORAÇÃO

Vasculhando na memória as recordações,
encontrei escondido,
preso no emaranhamento do passado;
um coração,
que empoeirado pelo tempo perdeu sua cor.
Procuro recuperá-lo com cores preferidas,
pintando-o de azul, mais ele continua sem vida,
tento usar o amarelo, ouso-lhe mais ainda a palidez,
o pincelo então de verde e sinto que o estremeço na esperança,
faço então uso do branco, vibro-lhe com a paz,
porém continua ausente ,
recorro banhar-lhe no lilás mais não o satisfaz.
Considerando toda essa insatisfação,
encho-me de paixão por aquele coração, que
esquecido, vagou pelo tempo sua ambição de tornar-se querido.
Deixo então irrigar o amor, que o torna rubro
no ritmar das batidas tão fortes, tão sentidas.
O vermelho lhe trouxe de volta a vida;
descobri a cor do coração.


Jair Martins

Recife-PE. 27/09/04