Em minh’alma sinto uma dor profunda

Que anestesia os órgãos com ternura.

É o amor que se implanta na mais pura

Obsessão de fazer-me sonhar com a tundra

 

Temperatura que absorve meus arbustos,

Todos desenvolvidos sob a égide do coração

Que serpenteia sorrateiramente a emoção

E traz a mim o idílio sensual dos Augustos.

 

Em minha estrutura torno-me um bioma

Impessoal em que no sentir se conclama

O prazer duma excêntrica a alta latitude...

 

Sensualmente alimento a minha ecologia

Com a vegetação que meu corpo fantasia

E sou ébrio dum amor sem a vicissitude!

 

 

DE IVAN DE OLIVEIRA MELO

Ivan de Oliveira Melo
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