Soneto de despedida  

 soneto de despedida  
 Nesta gélida lápide que te encerra
Fulgura o que de resto te soçobrou.
De que (...) te carcomia tua carne
Somente tuas vestes restou
 
Das lembranças que por ti deveras sentem
Só o tempo, com as vestes do devir, irá calar
Dos sonhos, desejos e amores, não há que se falar
Leva-os e enterra-os contigo, só a ti pertencem.
 
Nesta gélida lápide que te encerra
Jaz, como em vida, taciturno e sozinho
Agora, alimento de uma vasta terra (...)
 
Que há de semear-te em uva, vinho
Eterno fecundar em vida, delírios
E desabrochar em rosa, primavera.